sábado, 19 de janeiro de 2008

Morre Bobby Fischer

REIKJAVIC, Islândia - O xadrez perdeu anteontem seu “menino prodígio”. Considerado o “Mozart do xadrez”, Robert James Fischer, Bobby Fischer, morreu em sua casa em Reikjavic, capital da Islândia, aos 64 anos - o mesmo número de casas de um tabuleiro. A causa da morte foi insuficiência renal, segundo seu amigo pessoal Gardar Sverrisson, que anunciou o fato ontem. “Fischer marcou uma época na história da humanidade, como Isaac Newton, Albert Einstein e Yuri Gagarin”, afirmou o russo Kirsan Ilyumzhinov, presidente da Federação Internacional de Xadrez (Fide).

Um enxadrista de estilo agressivo, Fischer obteve em 1972 o título mundial, ao vencer Boris Spassky, por 12,5 a 8,5, encerrando o domínio russo de 30 anos no esporte. A histórica vitória do americano no esporte tradicionalmente hegemônico dos russos foi usado como triunfo dos ocidentais durante a Guerra Fria. O palco da vitória de 1972 foi a mesma Reikjavic em que o enxadrista morreu. “Fischer foi o fundador do xadrez profissional e um dos maiores de todos os tempos”, disse Garry Kasparov, que ostentou títulos mundiais de 1985 a 2001.

Considerado gênio, com um Q.I. 184, o mesmo de Albert Einstein, quando a média é de 90 a 110, Bobby Fischer chegou a interromper duelos por causa do trabalho de um câmera, o que fez com que as TVs encerrassem as transmissões. Fischer sempre se sentiu perseguido. Refugiou-se em seu sítio em Pasadena, EUA, e chegou a arrancar todos os dentes, com medo de que a KGB (polícia secreta soviética) tivesse instalado um microfone em uma de suas obturações. Fischer foi bastante criticado por algumas declarações antiamericanas e anti-semitas – apesar de a mãe dele ser judia. (AP)

Fonte: Correio da Bahia.

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