segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Confronto de gerações em Fortaleza

Em O sétimo selo (1957), filme de Ingmar Bergman, um guerreiro medieval desafia a Morte, que parece ter estacionado de vez em sua vila e, pior, estar convencida de que seu prazo de validade havia chegado ao fim. O meio sugerido para a contenda entre homem e espectro é o xadrez. Enquanto durar a partida, a vida do guerreiro será preservada. Assim, seu desafio consiste em enganá-la sucessivamente até que um dos dois vença.

Às 17 horas de um domingo de carnaval, no Clube Recreativo dos Subtenentes e Sargentos do Exército (Cresse), na avenida Borges de Melo, em Fortaleza, o confronto entre Gérson e Alexandre guarda frágeis semelhanças com a cena apresentada pelo cineasta sueco. Menos pelo simbolismo dos personagens do que pela diferença de idade entre os jogadores. Gérson é quase oito vezes mais velho que Alexandre. Na prática, os 77 anos do primeiro devem soar eternos ao menino de nove anos, bicampeão do Circuito Estadual de Xadrez Escolar e dono de quatro títulos cearenses.

Alexandre Saraiva Bezerra, o enfant terrible da categoria sub-10, pode até nem saber, mas ele é a grande aposta dos cerca de cinqüenta associados do clube Lance 23, fundado às margens de uma das vias mais nervosas da cidade: a avenida 13 de Maio. Ali, num dos bancos da praça General Sampaio, em frente ao 23º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, os enxadristas urbanos pelejam entre si de segunda a sábado, a partir das 16 horas. Guardam os domingos e feriados. Ao que parece, Carnaval é exceção. Aniversários dos membros, também. "Comemorei o meu último lá", revela José Gérson Lopes Tabosa, tesoureiro, presidente honorário do clube e, quando tem a oportunidade, desafiante de Alexandre.

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