Conhecido como “O Mágico de Riga”, Tal pode ser considerado como um clássico jogador de ataque, com um jogo extremamente poderoso e cheio de recursos. A sua forma de encarar o tabuleiro era bastante pragmática a este respeito. Ele é um dos herdeiros do ex-Campeão Mundial Emanuel Lasker, pois não hesitava em sacrificar material de forma a conquistar a iniciativa (que em xadrez se define como a capacidade de fazer ameaças a que o oponente deve responder) do jogo. O seu primeiro, e mais influente, treinador foi Alexander Koblentz.
O estilo de jogo de Mikhail Tal foi reduzido pelo também ex-Campeão Mundial Vasily Smyslov a um conjunto de “truques”, contudo Tal bateu convincentemente todos os grandes mestres recorrendo à sua habitual agressividade (Viktor Korchnoi é um dos poucos com um registro marcadamente positivo nos confrontos com Tal). Os sacrifícios intuitivos a que Mikhail Tal recorria criavam fortes complicações, parecendo mesmo impossíveis de resolver, embora análises pós-jogo mais profundas encontrassem falhas nos seus raciocínios.
Acima de tudo, Tal amava o jogo em si mesmo e considerava que o “Xadrez, antes de mais, é Arte.” Era capaz de jogar numerosas partidas blitz contra desconhecidos ou jogadores relativamente fracos apenas pelo prazer de jogar!
O domínio de Mikhail Tal sobre Bobby Fischer nos seus primeiros anos ajudou a sua subida ao topo. Em 1960, com 24 anos de idade, Tal derrotou o estratega Mikhail Botvinnik num match decidindo o Campeonato do Mundo, fazendo-o o mais jovem campeão do mundo (um recorde posteriormente batido por Garry Kasparov, que arrebatou o título aos 22). Em 1961, Botvinnik ganhou o match de desforra contra Tal, após um demorado estudo do estilo do adversário. Os problemas crônicos de rins que aincomodavam Mikhail Tal podem também ter contribuído para a sua derrota.
Um dos grandes feitos da fase mais tardia da carreira de Tal foi, em 1979, a igualdade no primeiro lugar com Anatoly Karpov no “Torneio das Estrelas” em Montreal – onde teve atuações soberbas contra os mais fortes grandes mestres da época.
Dos atuais jogadores de topo, o letoniano naturalizado espanhol Alexei Shirov é provavelmente o mais influenciado, ou inspirado, pelo estilo pleno de sacrifícios de Mikhail Tal. De fato, na sua juventude, ele estudou com Tal. Muitos outros mestres e grandes mestres letonianos, por exemplo, Alexander Shabalov e Alvis Vitolins, têm jogado de forma similar, fazendo alguns falarem de uma “Escola Letoniana de Xadrez”.
Citações
“Se esperares que a sorte apareça, a vida torna-se maçante.”
“Existem dois tipos de sacrifícios – os bons e os meus.”
“O xadrez é melhor que as damas. No mínimo podemos dizer que tem um elenco mais interessante.”
“…Da mesma forma que nossa imaginação se agita pelo sorriso de uma mulher, o mesmo acontece pelas possibilidades do xadrez.”
“Muitos sacrifícios não requerem cálculos concretos de todo. É suficiente vislumbrar a posição resultante para nos convencer que o sacrifício é correto.”
sábado, 29 de dezembro de 2007
Mikhail Tal
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