A teoria enxadrística diz que peões fracos são os que não podem ser defendidos por outros.
Roberto Grau, em seu "Tratado geral de xadrez", tomo III, diz: "No xadrez, um peão avançado não pode retroceder e, devido a isso, cria problemas toda a partida.
E isto costuma ser esquecido com excessiva freqüência mesmo por jogadores de primeira força, que confiam habitualmente demasiado em seus recursos mentais para resolver situações difíceis e esquecem que as posições inferiores necessitam, para serem defendidas, da conjugação de dois fatores: o esforço próprio e a distração do rival. E nunca há que menosprezar a capacidade dos adversários".
A debilidade de um peão nasce do fato de que não pode ser defendido por outro. Segundo os teóricos B. Persits e B. Voronkov, "Quando um peão não pode ser defendido por outro, esta tarefa recai então sobre as peças, que em tal caso deverão abandonar suas outras ocupações. E como se isso fosse pouco, também as casas situadas diante de um peão fraco se convertem geralmente em pontos de acesso para as peças do adversário.
Portanto, a debilidade de tais peões se deve a que dependem das peças para sua proteção; ao ficarem obrigadas a isso, estas deixam abandonados e vulneráveis à agressão inimiga outros pontos do tabuleiro.
A seguinte partida foi jogada na décima terceira rodada do Campeonato de Cuba. Ainda que as brancas fiquem em desvantagem a partir da jogada 27, o desenlace definitivo ocorre ao ser capturado o peão débil da coluna b.
Brancas: Yuniesky Quezada (2411)
Negras: Frank de la Paz (2427)
Holguín, Cuba, 14 de abril de 2002
Abertura Ruy López, ataque Worrall, (Eco C86)
1. e4 e5 2. Cf3 Cc6 3. Bb5 a6 4. Ba4 Cf6 5. O-O Be7 6. De2 b5 7. Bb3 O-O 8.c3 d6 9. Td1 Ca5 10. Bc2 c5 11. d3 Cc6 12. Cbd2 Te8 13. Cf1 h6 14. h3 Bf8 15. C3h2 d5 16. exd5 Cxd5 17. Df3 Be6 18. Te1 Dc7 19. Cg3 Tad8 20. Cg4 Rh8 21. Bd2 Cf4 22. Bxf4 exf4 23. Ch5 f5 24. Ch2 Bd5 25. Dxf4 Bd6 26. Txe8+Txe8 27. Dxf5 Bxh2+ 28. Rh1 Df7 29. d4 Dxf5 30. Bxf5 Bd6 31. dxc5 Bxc5 32.Cf4 Td8 33. b4 Bf8 34. a4 Ce7 35. Be6 Bxe6 36. Cxe6 Tb8 37. Cc7 Tc8 38.Cxa6 bxa4 39. Txa4 Cd5 40. Ta1 Txc3 (Ainda que esteja livre, o peão branco da coluna b é fraco porque necessita ser defendido pela torre e pelo cavalo) 41. Tb1 Rg8 42. Tb2 Rf7 43. g3 Tc6 44. b5 Tb6 45. Rg2 Bd6 46. Tb3 Re6 47. f4 Ce7 48. Rf3 Cd5 49. Re4 Txb5 50. f5+ Re7, as brancas abandonam porque se 51. Txb5 Cc3+.
Artigo de Javier Vargas, publicado originalmente no site Clube de Xadrez Torre21.
domingo, 30 de dezembro de 2007
O peão fraco
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