No xadrez, certas derrotas costumam vincular-se, de maneira consciente ou inconsciente, a situações de caráter terminal. Muitas vezes, diante da iminência de um fracasso, só cabe tentar um esforço salvador ou a resignação. Há reveses que evocam a morte; "a morte é um camelo negro que se ajoelha diante de todas as portas", diz um provérbio turco.
No livro "Ethos, destino do homem", de Juliana González, lê-se: "A situação terminal provavelmente é a mais extrema, dolorosa e radical da existência humana. Aí, aflora como nunca a alternativa crucial entre o desespero absoluto, o sem-sentido, a morte interior, o abandono final de todo empenho; ou, pelo contrário, pode sobrevir o resgate de si mesmo, da própria liberdade e dignidade, o giro decisivo até a vida, a afirmação final dela e de seus bens, uma radical liberação e uma prova decisiva da liberdade. O "fazer frente ao destino" como presença da humana vontade de viver e de ser".
O pintor e enxadrista francês Marcel Duchamp dizia: "O xadrez... se é algo, é luta."
Partida da rodada 9 do Campeonato de Cuba
Brancas: Yuri González (2444)
Negras: M. Góngora (2408)
Holguín, Cuba, 9 de abril de 2002
Defesa siciliana, (Eco B45)
1. e4 c5 2. Cf3 e6 3. d4 cxd4 4. Cxd4 Cf6 5. Cc3 Cc6 6. Cxc6 bxc6 7. e5 Cd5 8. Ce4 Ba6 9. c4 Bb4+ 10. Bd2 Dh4 11. Bd3 f5 12. g3 De7 13. cxd5 Bxd3 14. d6 Df8 15. Cg5 Bxd2+ 16. Rxd2 Bc4 17. Dh5+ g6 18. Dh4 h6 19.Dxc4 hxg5 20. h4 gxh4 21. Txh4 g5 22. Thh1 Rf7 23. De2 Dd8 24. De3 Da5+ 25. Rc2 Rg6 26. The1 Tab8 27. b3 Da3 28. g4 f4 29. Dc3 Th2 30. Te2 Rg7 31. Rd2 Tb5, as brancas abandonam.
Artigo de Javier Vargas, publicado originalmente no site Clube de Xadrez Torre21.
domingo, 30 de dezembro de 2007
Situações terminais
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